A janela bancária para as hipotecas está a mudar devido às novas políticas económicas promovidas pelo Banco Central Europeu (BCE). O seu impacto direto na Euribor, a referência para os contratos hipotecários de taxa variável, que até há pouco tempo representava a maioria das hipotecas em Espanha, fez disparar as taxas de juro.
Neste sentido, a recuperação fugaz do indicador reforçou o interesse na segurança oferecida pelas hipotecas de taxa fixa, enquanto que para os bancos a taxa variável recuperou a atratividade como forma de aumentar as margens. E o que os dados do Banco de Espanha mostram é um cenário bastante claro do aumento do custo de financiamento no nosso país: o crédito hipotecário tornou-se claramente mais caro até agora este ano, de uma taxa média de 1,44% para novas hipotecas em Janeiro para 2,03% em Agosto.
O que significa isto para as famílias espanholas que pagam as suas hipotecas mês a mês? Neste momento, quem procura uma hipoteca a taxa fixa terá de assumir uma taxa de juro de cerca de 3%, na melhor das hipóteses. Existem poucas instituições que oferecem taxas fixas abaixo deste nível, com exceção dos 2,53% do Evo Banco para um período de 25 anos ou dos 2,81% do BBVA para um contrato online de 15 anos. As melhores ofertas são reservadas para contratação online, enquanto na agência tradicional a taxa de juro fixa já se aproxima dos 4%, tais como a TAEG de 3,54% do Bankinter por 20 anos e a TAEG de 4,19% do Santander nas suas hipotecas bonificadas.
Por outro lado, nas hipotecas de taxa variável, a subida da Euribor nos últimos meses, que passou de -0,48% no anterior ano de 2021 para perto de 2% em 2022, já se faz sentir com bastante impacto. Para as hipotecas que deverão ser revistas, este aumento vai significar um aumento médio entre de cerca de 124 euros e 288 euros mais por mês. Um aumento mais do que considerável para muitas famílias, tendo em conta que o valor total pode ser superior a 3400 euros em termos anuais.