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A gestão do mercado de arrendamento, o eterno debate

24 Out 2022 | Blog

Num contexto macroeconómico ainda incerto devido à pandemia, a indústria imobiliária tem uma perspetiva positiva, especialmente nos sectores residencial, logístico e hoteleiro, onde existe uma grande apetência para o investimento, o que sugere um cenário para o final de 2022 de grande atividade e dinamismo. Idealiza-se um ano de abrandamento da inflação em que a habitação é vista como um porto seguro para as poupanças que foram geradas ao longo do ano passado. Mas porque é que ainda existe um problema de acesso ao mercado e como é que o limite do preço de arrendamento afetou o setor? A atualização da Lei da Habitação obriga à atribuição de uma percentagem à habitação social. Que efeitos teve esta lei?

Estas questões foram analisadas por Vicenç Hernández Reche, CEO da Tecnotramit e presidente da Associação Nacional de Agentes Imobiliários (ANAI) e da Associação de Agentes Imobiliários da Catalunha (AIC). Fê-lo no IV Congreso Nacional de Servicing Inmobiliario (CMS) realizado no Teatro Goya de Madrid, que reuniu mais de 1000 profissionais da indústria imobiliária, jurídica e financeira. Também participaram da mesma mesa redonda Alejandro Sancho, CEO da Zittus Management; Juan Pablo Vera Martín, CEO da Testa Home; Mayca Llorens, Diretora da Área de Arrendamento da Solvia; e Rosa María Gallego, Diretora-geral Administrativa da Q Living.

O setor imobiliário está no epicentro do debate económico, especialmente devido ao impacto das medidas políticas derivadas da nova Lei da Habitação, que limita o aumento dos preços de arrendamento a preços abaixo da inflação. O setor, no entanto, enfrenta a incerteza com grande dinamismo, com uma forte subida dos preços no primeiro trimestre em relação a 2021, mas sem sinais de uma bolha imobiliária.

Comprar ou arrendar: não há debate em Espanha

Embora Espanha tenha uma taxa de propriedade de habitações de 75,1% em comparação com a média europeia de 69,7%, os APIs descartam uma ligeira mudança na tendência. Afirmam que será difícil alcançar 50% da Alemanha e advertem que cabe ao Governo ajudar a oferta e a procura com intervenções equilibradas, a fim de cumprir o seu objetivo social. Isto foi deixado claro por Vicenç Hernández Reche. O perito identificou os principais problemas: para os senhorios, a ocupação e a limitação das rendas; para os arrendatários, a falta de oferta de qualidade nas grandes cidades e a desproporção entre preços e salários. “Espanha continua a ser um país maioritariamente comprador, mas o arrendamento não pode ser nem um problema para o proprietário nem um luxo para o inquilino”, afirmou.