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Como é que o panorama político irá afetar o mercado imobiliário?

27 Nov 2023 | Blog

Após a formação de um novo Governo e a pouco mais de um mês do final de 2023, a Tecnotramit faz um balanço e avalia a situação atual do sector imobiliário no seu papel de uma das principais empresas em Espanha e Portugal na prestação de serviços a muitas das mais importantes instituições financeiras e empresas imobiliárias.

A organização adverte que, após a nomeação de uma nova ministra da Habitação, os anúncios de Sánchez no que toca ao sector imobiliário para o seu novo mandato e a entrada em vigor da Lei da Habitação há seis meses, as primeiras decisões que o novo Executivo tomar em matéria de políticas de habitação “vão marcar o ritmo, o progresso e a evolução do mercado imobiliário espanhol durante a próxima década, uma vez que as medidas adotadas no sector imobiliário têm um efeito imediato sobre a oferta e a procura e consequências diretas e indiretas a médio e longo prazo sobre o parque habitacional do país e sobre os hábitos de consumo dos cidadãos”.

No atual contexto económico, a empresa espera que as políticas monetárias conduzidas pelo Banco Central Europeu (BCE) sejam também decisivas para a evolução do mercado. De acordo com as previsões da Tecnotramit, a Euribor irá manter-se em volta dos 4% em 2024 e só em 2025 é que se começará a registar uma tendência de descida, devido à deflação generalizada em grande parte das principais economias mundiais.

“Os fundos do Next Generation estão a encobrir uma situação orçamental precária. Se apenas 0,6% do PIB espanhol fosse destinado à habitação pública, teríamos um orçamento de 8 mil milhões por ano em vez dos atuais mil milhões. O orçamento deste ano para as políticas públicas de habitação é metade do que era há 20 anos, por muito que Sánchez diga que a habitação é o quinto pilar fundamental da nossa sociedade. Com estes números, é impossível aumentar a oferta de habitação para arrendamento a preços acessíveis”, afirma Vicenç Hernández Reche, economista e CEO da Tecnotramit.

No que diz respeito às alterações nos processos de despejo, a Tecnotramit sublinha que a chave para aumentar a oferta de habitação para arrendamento passa por aplicar mais medidas que fomentem os incentivos ficais para os proprietários e assim estes possam reduzir em 5% o preço de arrendamento do seu apartamento. “Esta é a melhor das propostas incluídas na nova Lei da Habitação. Embora não tenhamos conhecimento de uma aplicação em massa, trata-se de uma medida na direção certa”.

Além disso, no que diz respeito ao problema do acesso ao mercado da habitação, Hernández Reche insiste que este deve ser tratado “de forma transversal e com novas políticas de habitação adaptadas à situação real do mercado“. A falta de oferta aumenta o número de habitações precárias e a degradação ambiental. Estamos perante um grave problema social de acesso ao mercado imobiliário nas principais áreas metropolitanas de Espanha, enquanto os resultados de iniciativas como o “Plan Madrid Vive” e o “Habitatge Metròpolis Barcelona (HMB)” têm sido muito desiguais”, avisa el economista.