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Como irá evoluir a Euribor nos próximos meses?

11 Set 2023 | Blog

Depois de vinte meses consecutivos de subida da Euribor, as taxas de juro conseguiram baixar para 4,07% em agosto, um valor que a Tecnotramit avisa que “poderá manter-se nestes níveis”, uma vez que as autoridades bancárias e as políticas europeias que servem de contrapeso não conseguem estabilizar a inflação.

Segundo Carles Solé, o nosso coordenador de Formalização de Hipotecas, o arrefecimento da economia para controlar a inflação tem um custo que está a afetar o Produto Interno Bruto (PIB) de vários países europeus, como é o caso da Alemanha, onde se veem afetados ao ponto de estarem “perante um horizonte temido de eventual recessão”.

Este abrandamento da subida da Euribor, que tem um efeito sazonal nos meses de verão e, em particular, em agosto, não é tão notório nas economias com um setor turístico forte, mas nas economias onde há um arrefecimento, todos os tipos de índices, incluindo a Euribor, apresentam pouca variação“, salienta Solé.

Embora a principal prioridade dos bancos centrais seja o controlo da inflação, ainda não o conseguiram fazer. Como comunicámos aos meios de comunicação social, “em alguns países, estes efeitos estão a fazer-se sentir, mas há economias muito poderosas no nosso meio que continuam a rondar os 6%, longe dos 2% estabelecidos pelo Banco Central Europeu (BCE)“.

Tendência de subida da inflação

Isto traduz-se numa zona euro em que muitos países apresentam uma tendência de subida superior a 5%, embora os aumentos de preços estejam a abrandar ligeiramente. Em resposta a esta situação, a Presidente do BCE, Christine Lagarde, alertou para a possibilidade de novas subidas das taxas. Assim, a evolução da Euribor continuará a ter um efeito direto na concessão de empréstimos e nos ajustamentos das prestações dos créditos hipotecários de taxa variável.

“Estamos a sair de um ano espetacular de transferências de propriedades após a pandemia, o que levou a algumas poupanças e ao desejo das pessoas de fazerem mudanças nas suas propriedades. Agora, a taxa de juro está a travar este conceito, embora as hipotecas de taxa fixa ainda sejam bastante atrativas em comparação com o que eram há dez ou quinze anos“, diz Solé.