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Blockchain, a tecnologia que mais vai marcar o caminho da rutura no setor imobiliário

22 Fev 2022 | Blog

A transformação tecnológica não vai voltar atrás e a pandemia convenceu-nos a todos de que este é um caminho sem retorno. A rutura tecnológica chegou ao setor imobiliário para ficar e revolucionar todos os processos. “A rutura provocada pelo confinamento consciencializou todos os agentes de que este era um caminho sem retorno”. Isto é o que nos confirma numa recente entrevista Vicenç Hernández Reche, CEO da Tecnotramit, afirmando que “há um ano estávamos a falar de tecnologias soltas, como a blockchain, a inteligência artificial ou a big data, agora começamos a falar de como estas soluções se podem combinar para criar ferramentas muito diferentes”.

A tecnologia que mais vai marcar o percurso da rutura no setor imobiliário é a blockchain. As tecnologias que vão afetar o segmento da construção não vão ser as mesmas que afetam o modelo transnacional, mas em todas elas vai haver um elemento de rutura, que é a blockchain. Esta tecnologia relaciona-se muitas vezes apenas com as criptomoedas, mas também a podemos encontrar nos smart contracts e nos processos de assinatura digital. Neste sentido, irão existir novas tecnologias que serão ligadas pela blockchain, o que irá conferir rastreabilidade a toda a cadeia de valor do setor.

Por outro lado, as criptomoedas são um elemento fundamental da desintermediação ou da democratização financeira, o que vai ter repercussões na forma como se compram e vendem imóveis. Numa altura do mercado em que não tem havido grande volatilidade, com taxas de juro estáveis e taxas de juro em baixa e mercados de ações a aumentar muito lentamente, entrou no mercado um elemento perturbador que gerou volatilidade e uma oportunidade de fazer dinheiro que atraiu muita atenção. Sempre foi este o caso, mas as criptomonedas não devem ser confundidas com toda a cadeia da blockchain, que é um conceito muito mais amplo, nem a criptomoneda como mero elemento especulativo com estas moedas como parte das transações imobiliárias.

Neste ponto, é também necessário lembrar que não há rutura tecnológica sem uma mudança cultural na organização de qualquer empresa da indústria imobiliária. “As pessoas estão relutantes em mudar e com a transformação digital muitas pessoas temem pelos seus empregos, mas este processo não deve ser visto como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade. Não há nada pior do que o medo de ser predisposto a mudar. O sector vai evoluir radicalmente, mas o papel das pessoas não deve ser esquecido, porque continuam a ser essenciais num sector eminentemente orientado para os serviços“, sublinha Vicenç Hernández Reche.