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O sector bancário também se adapta à inflação

9 Jan 2023 | Blog

Este ano parece ser um ano movimentado para os sectores imobiliário e bancário. O atual contexto inflacionário está a forçar os bancos a atualizar e adaptar a sua oferta hipotecária ao novo cenário económico. Neste contexto, estamos a assistir a uma redefinição das estratégias comerciais das empresas do sector financeiro, que estão a tentar aproveitar ao máximo as mudanças na política monetária promovidas pelo Banco Central Europeu (BCE), a Reserva Federal e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Neste sentido, o aumento das taxas de juro pode tornar-se uma faca de dois gumes para os bancos. Por um lado, não se pode negar o efeito positivo que este novo cenário oferece aos bancos sobre as suas margens de juro graças ao aumento do custo do crédito ligado ao aumento da Euribor. Por outro lado, a médio prazo, vai obrigar o sector a repensar os seus planos de negócios porque, apesar do dinamismo na concessão de novas hipotecas, o saldo total do crédito está em queda.

Vamos ao que interessa. Porque é que isto está a acontecer? A chave está naqueles que estão a amortizar saldos hipotecários pendentes, uma vez que esta é uma das formas mais comuns de poupar parte dos juros. A tendência descendente começou no Verão, à medida que as taxas de juro subiam. Embora a pandemia tenha ajudado o sector bancário a reforçar a sua posição no serviço de crédito financeiro, oferecendo empréstimos às empresas que não tinham outra escolha senão alavancar, uma queda drástica na procura hipotecária significaria que os bancos perderiam uma das suas linhas de negócio mais lucrativas.

Porque é que as hipotecas são tão importantes para os bancos?

Porque se trata de empréstimos a longo prazo, considerados de baixo risco médio, razão pela qual a taxa de incumprimento dos empréstimos hipotecários é geralmente inferior à de outros tipos de empréstimos. Além disso, as hipotecas exigem normalmente um elevado nível de fidelidade dos clientes e continuam a ser o produto estrela dos bancos para atrair novos clientes, uma vez que estão dispostos a aceitar muitas das suas condições para acederem ao financiamento hipotecário e comprarem uma casa.